11abr

O que é a discalculia, identificação e tratamento

No post de hoje, explicaremos o que é a discalculia, um transtorno de aprendizagem caracterizado por dificuldades significativas na compreensão e utilização de conceitos matemáticos. Ao contrário da dislexia, que se refere a dificuldades de leitura, a discalculia diz respeito aos números e às competências matemáticas em geral.

O que é a discalculia

O que é a discalculia: definição

A discalculia é um transtorno de aprendizagem que se caracteriza por uma dificuldade significativa para compreender e utilizar os conceitos matemáticos, assim como para realizar cálculos numéricos e operações aritméticas básicas.

Diferente de uma dificuldade em matemática devido ao desinteresse ou pouco esforço, a discalculia é um transtorno que afeta o cérebro e pode ser hereditário. As pessoas com discalculia podem ter dificuldade em realizar tarefas simples como contar, medir, identificar números e compreender conceitos matemáticos abstratos. Embora a discalculia seja considerada uma dificuldade de aprendizagem, não está relacionada com a inteligência. De fato, as pessoas com discalculia podem ter capacidades excepcionais noutras áreas, como a criatividade, a comunicação e as artes.

A discalculia pode também coexistir com outros transtornos da aprendizagem, como a dislexia e o TDAH.

A discalculia pode afetar pessoas de todas as idades e níveis de escolaridade. As dificuldades podem manifestar-se de diferentes formas, consoante a idade e o nível de desenvolvimento do indivíduo.

O que é a discalculia: sintomas e sinais

Nas crianças pequenas, a discalculia pode manifestar-se por dificuldades na contagem, no reconhecimento dos números e na compreensão das relações numéricas básicas. Por exemplo, podem ter dificuldade em compreender que dois objetos de diferentes tamanhos podem ter o mesmo número de elementos. Podem também ter dificuldade em memorizar sequências numéricas simples, como os números de um a dez.

Nas crianças mais velhas e nos adultos, a discalculia pode se manifestar por dificuldades na realização de cálculos aritméticos simples, como a adição, a subtração, a multiplicação e a divisão. Podem também ter problemas em compreender conceitos matemáticos mais complexos, como a geometria, a trigonometria e a álgebra. A discalculia pode afetar significativamente a vida cotidiana de uma pessoa, especialmente em situações que envolvam a utilização de competências matemáticas básicas.

As pessoas com discalculia podem ter dificuldades para:

Gerir o seu dinheiro.
Calcular um troco.
Medir as porções de alimentos.
Seguir instruções que envolvam números.
Compreender conceitos de tempo, como duração e calendário.

Como é diagnosticada a discalculia

Após definir o que é a discalculia, é importante falar sobre o diagnóstico. Normalmente, isto é feito através de uma avaliação neuropsicológica efetuada por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou neuropsicólogo. A avaliação incluirá uma avaliação pormenorizada das competências matemáticas, bem como uma avaliação de outras competências cognitivas relacionadas, como, por exemplo, a memória e a atenção. Pode também ser realizada uma avaliação do desempenho acadêmico para comparar o desempenho do indivíduo em matemática com outras áreas.

Um diagnóstico adequado e precoce pode ajudar a garantir que a pessoa receba os serviços e apoios necessários para ajudá-la a superar as dificuldades que ela experimenta em matemática. O teste de discalculia gratuito do Smartick é muito útil para a detecção precoce do risco de discalculia.

A intervenção

Embora a discalculia possa ter um impacto significativo na vida de uma pessoa, existem estratégias e ferramentas que podem ajudar a melhorar a discalculia.

A intervenção para a discalculia varia segundo as necessidades individuais. Algumas estratégias gerais que podem ser utilizadas para auxiliar as pessoas com discalculia incluem:

Ensinar competências matemáticas de uma forma visual. Para algumas pessoas com discalculia, as imagens e os diagramas podem ajudar a compreender conceitos matemáticos abstratos.
Ensinar as competências matemáticas de uma forma multissensorial. Utilizar vários sentidos, como o tato (objetos manipulativos), a visão (imagens e esquemas) e a fala (instruções verbais), para ensinar habilidades matemáticas pode ajudar a melhorar a compreensão e a retenção.
Proporcionar apoio individualizado. O apoio individualizado pode servir para adaptar o ensino e as atividades às necessidades específicas do indivíduo.
Utilização de tecnologias de apoio, tais como calculadoras e programas informáticos concebidos especificamente para o desenvolvimento de competências matemáticas. O método Smartick é uma ferramenta on-line que propõe atividades que podem ser muito úteis para os alunos com discalculia.
Ensinar estratégias de autorregulação: tais como a autoavaliação e a automonitorização, que podem ajudar as pessoas com discalculia a identificar e a vencer as dificuldades que sentem em matemática.

Uma vez que sabemos o que é a discalculia, é importante que a intervenção se adapte às necessidades específicas de cada pessoa com discalculia e que se utilize uma abordagem multidisciplinar que envolva profissionais de saúde mental, educadores e outros profissionais, conforme necessário. Com o apoio adequado, as pessoas com discalculia podem aprender a vencer as dificuldades que enfrentam em matemática e alcançar o sucesso acadêmico e pessoal.

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Hiwet Costa

Doutora em psicologia educacional pela Universidade de Trieste e especialista em transtornos de aprendizagem. É cofundadora da Happy Mind Training, uma clínica especializada em intervenção para dificuldades de aprendizado matemático, e faz parte da equipe de apoio à diversidade do Smartick. Atualmente, colabora com o Laboratório de Cognição Numérica da Universidade de Málaga em projetos relacionados à avaliação e intervenção em discalculia.